Memorial do Legislativo lança site para visita virtual aos prédios que foram sede da ALRN

 

Os objetos, mobília, documentos, vestes ou pertences que compõem o valioso acervo do Memorial da Cultura e do Legislativo Potiguar preservam parte da história do Parlamento e do povo.  O silêncio imponente que impera em suas instalações é só aparente, pois contrasta com a intensidade das diferentes iniciativas nas quais o Memorial está inserido, ampliando o conhecimento da história e se modernizando através de canais como o novo site que está em construção, além de um programa em elaboração com a TV Assembleia. A pesquisa também não para. E tem muito mais sendo realizado.

O novo site está sendo construído com o apoio da Diretoria de Gestão Tecnológica da Assembleia Legislativa e ficará hospedado no próprio portal da Casa (www.al.rn.leg.br), onde já há um espaço para registro das atividades. A iniciativa permitirá uma visita virtual às suas instalações, num verdadeiro tour por momentos emblemáticos dos quase 200 anos de história do Parlamento Norte-rio-grandense.

O pioneirismo da mulher potiguar, com Alzira Soriano, por exemplo, sendo a primeira prefeita eleita no Brasil, conduzindo aos 32 anos os destinos do município de Lajes; a escritora Celina Guimarães; a primeira deputada do RN, Maria do Céu Fernandes, entre outros feitos, estarão a apenas um clique do internauta. Os visitantes do memorial virtual também poderão contemplar, à distância, os prédios que serviram de sede para a Assembleia Legislativa e que estão eternizados na obra da artista plástica Anna Oliveira, e ampliar seus conhecimentos em curiosidades como o surgimento dos legislativos brasileiros ou como se deu a importante participação do clero no Parlamento Potiguar.

De acordo com o chefe de Divisão do Memorial da Cultura e do Legislativo Potiguar, jornalista Aluísio Lacerda, há ainda mais novidades em curso: outra parceria do Memorial com a Gestão Tecnológica da Casa é a elaboração de uma revista em quadrinhos contando a história da Assembleia Legislativa do RN. E, também, a edição de obras raras. “Com a reedição do livro ´Uma História da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte´, de Câmara Cascudo, o Memorial abraçou a ideia da diretoria-geral da Casa, proposta por Augusto Viveiros, que vai reeditar obras raras. A seleção já foi feita. O processo aguarda a finalização da licitação da gráfica que irá fazer a impressão”, anuncia Lacerda. Para a criação do site, a parceria conta com o trabalho do técnico Gustavo Torquato, da Gestão Tecnológica, e por parte do Memorial com a participação do próprio chefe de divisão e de dois servidores, os historiadores Plínio Sanderson e Fábio Cortez, que também é fotógrafo.

A reedição (fac-símile) de obras raras esbarra em alguns desafios, principalmente aquelas que não estejam em domínio público (70 anos a partir de 1º de janeiro subsequente à morte do autor). Aluísio cita um exemplo: ao Memorial foi sugerida a reedição da obra ´O Pioneiro Esquecido´, de Augusto Fernandes, biografia de Augusto Severo, última edição publicada pela Fundação José Augusto, em 1982. Mas, como não há informações sobre familiares do autor, natural de Belém do Pará, militar que serviu na Base Aérea de Parnamirim durante a 2ª Guerra Mundial, e na reserva concluiu o curso de Direito no Rio de Janeiro, o Memorial pediu orientação à Procuradoria-Geral da Casa.

Aluísio Lacerda adianta que, entre outras publicações, consta um trabalho inédito do Memorial, já concluído e revisado, pronto para impressão. Trata-se da “História Legislativa dos Municípios do Rio Grande do Norte”. Como nasceram os municípios potiguares? Mediante decreto, resolução imperial ou da província? Ou via projeto de lei apresentado por parlamentares, com tramitação regular, em todas as comissões, até a sanção governamental?

“Esse trabalho de pesquisa demandou muito tempo e ocupou vários servidores do próprio Memorial, com colaboração do ex-deputado Paulo de Tarso Fernandes, contando inicialmente com a assessoria da jornalista Altaídes Marques, que cuidou de cerca de 90 municípios cujos processos tramitaram regularmente na Casa legislativa”, explica ele. Mas com a pandemia, o jornalista concentrou em casa o trabalho de revisão e texto final de mais de 70 municípios. No momento, a equipe do Memorial atualiza a catalogação do seu acervo e, em parceria com a Escola da Assembleia, pretende elaborar um projeto museológico a partir do que dispõe o Estatuto dos Museus (lei federal nº 11.904).

Outra boa nova será a retomada de projetos abertos ao público: “A retomada das ações do Memorial Itinerante nas escolas e comunidades somente acontecerá agora em 2022, em função das apertadas agendas escolares em 2021 e da própria pandemia. Mas o Memorial está aberto a qualquer convite dos dirigentes de escolas públicas e/ou privadas”, afirma.

A grande interação entre o Memorial e a TV Assembleia continua rendendo bons frutos. É que o extenso trabalho de pesquisa que o diretor e sua equipe vêm fazendo, vai render novos programas na grade da TV legislativa. O jornalista Gerson de Castro, gerente de Rádio e TV do canal é quem explica: “A grande interação entre TV e Memorial já produziu grandes programas e tomamos conhecimento do extenso trabalho de pesquisa que ele anda fazendo, levantando datas e fatos ligados a personagens que fazem parte do Legislativo Estadual e a ideia é criar um ‘programete’ com flashes, numa concepção gráfica interessante, destacando essas datas, fatos e personagens da história do legislativo”, resume.

Como não há muitas imagens disponíveis, a criatividade falará mais alto, concebendo um formato leve, com riqueza de detalhes sobre a vida, fatos e personagens da vida pública, que possa atrair a atenção do telespectador e oferecer uma contribuição à cultura: “Não só política, mas ao patrimônio que representa o Legislativo Estadual”, avalia Gerson.



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