O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim, se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou na semana passada, em encontro no qual discutiram a relação bilateral de Brasil e Rússia e possíveis negociações para encerrar a guerra da Ucrânia, contou ele à CNN Brasil.
“Dizer que as portas estão abertas (para uma negociação de paz) seria exagero, mas dizer que elas estão totalmente fechadas também não é verdade”, afirmou Amorim à CNN Brasil, primeira a reportar a viagem do ex-chanceler à Rússia, que não foi divulgada previamente.
Procurados, nem o Planalto nem o Itamaraty comentaram imediatamente.
Amorim tem sido um dos porta-vozes da proposta de Lula para a criação um grupo de países que se aliem num esforço de negociação para encerrar o conflito em território europeu. Na visão do governo brasileiro, além do Brasil, o grupo poderia incluir China e Turquia, por exemplo.
Além da visita de Amorim a Moscou, o Brasil deve receber em 17 de abril a visita do chanceler russo, Sergei Lavrov, confirmou à Reuters uma fonte diplomática.
O assessor especial do Planalto disse à Reuters, em entrevista recente, que a ideia é levar o tema das negociações de paz com a Ucrânia para discutir com o presidente Xi Jinping durante a vista de Estado do mandatário brasileiro à China.
A viagem a Pequim, prevista para o fim de março, foi reagendada para semana que vem após cancelamento de Lula, então acometido por uma pneumonia.
Na volta da Rússia, Amorim passou pela França de Emmanuel Macron, disse à Reuters a fonte diplomática e uma outra autoridade do governo, que não ofereceram maiores detalhes sobre a agenda do ex-chanceler em Paris. Macron foi um dos líderes europeus a ouvir a proposta de Lula para a Ucrânia.
Por Flávia Marreiro;
Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu