Ministro propõe trocar Uber pelos Correios e é criticado

Foco Sertanejo
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 Parlamentares de oposição criticam a proposta do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, de chamar os Correios para substituição do Uber, caso a empresa norte-americana decida sair do país em decorrência de alterações na legislação trabalhista.

O senador Rogério Marinho (PL-RN) e o deputado federal Ciro Nogueira (PP-PI) ironizam as declarações do ministro. “Que ideia brilhante”, disse o senador, enquanto Nogueira usou as redes sociais para afirmar: É isso aí! Chama o Serpro para fazer iPhone, a Dataprev para ficar no lugar do Google, a FAB para fazer transporte de passageiros e a EBC no lugar de todas as tevês privadas”.

O deputado Ciro Nogueira ainda completou: ““Daí, é só trocar o nome do país para Coréia do Oeste e pronto! “O Estado sou eu”. As declarações de Luiz Marinho foram dadas ao jornal “Valor Econômico”, a respeito da proposta de regulamentação do serviço por aplicativos pelo governo federal.

“Posso chamar os Correios, que é uma empresa de logística, e dizer para criar um aplicativo e substituir. Aplicativo se tem aos montes no mercado", disse o ministro.

Segundo o “Valor Econômico”, a fala do ministro foi no contexto de uma provável mudança na legislação trabalhista, com a regulamentação da situação vivenciada hoje pelos trabalhadores de aplicativo, que não têm direitos garantidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Assegurar direitos a esse grupo de profissionais foi uma das promessas de campanha do presidente Lula (PT).

Luiz Marinho disse que o desafio do governo é entregar um salário mínimo, alternativa em relação aos trabalhadores de aplicativos e da legislação trabalhista e sindical.

O ministro do Trabalho admitiu, ainda,  a possibilidade da Uber deixar o mercado brasileiro ser "chantagem", similar à postura adotada pela empresa na Espanha, mas que não foi levada adiante.

“Na Espanha, no processo de regulação, a Uber e mais alguém disseram que iam sair [do país]. Esta rebeldia durou 72 horas. Era uma chantagem. Me falaram: 'e se a Uber sair?' Problema da Uber. Não estou preocupado”, declarou.

Marinho apontou que a ideia não é "regular lá no mínimo detalhe", porque "ninguém gosta de correr muito risco, especialmente os capitalistas brasileiros".

O ministro admitiu  que a ideia hoje é, sim, incluir esses trabalhadores no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), mas disse que não está decidido se também incluirá na CLT: “Você pode ter relações que caibam na CLT ou que se enquadrem, por exemplo, no cooperativismo. Aliás, o cooperativismo pode se livrar do iFood, da Uber. Porque aí nasce alguma coisa que pode ser mais vantajosa, especialmente para os trabalhadores”.


Fonte: Tribuna do Norte





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