Ministros do Supremo Tribunal Federal creem que o movimento de caminhoneiros que bloqueia estradas em diversos pontos do país é uma armadilha óbvia montada pelo entorno mais radical do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado no domingo (30) por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Daí a celeridade da corte em caracterizar a ilegalidade do protesto e pendurar no pescoço do governo, na figura da Polícia Rodoviária Federal, a responsabilidade pela confusão. Adiantando o debate jurídico, avaliam ministros, a posição pretendida pelo Planalto fica enfraquecida.
O plano percebido pela cúpula do Judiciário vem sendo telegrafado desde o ano passado, como exemplificou em artigo nesta Folha de S.Paulo Raul Jungmann, que na qualidade de ministro da Segurança Pública do governo Michel Temer (MDB) lidou diretamente com a greve de caminhoneiros de 2018.
Segundo a trama, o bolsonarismo estimula uma desobediência civil após a eleição de Lula e força alguma autoridade estadual a pedir a intervenção do Exército. Só que, pela Constituição, quem tem de dar tal autorização é Bolsonaro, e o impasse se coloca, culminando num embate entre Planalto e Supremo.
Fonte: Folha de São Paulo
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