Dr. José Domingues
Advogado
O ano é de 1982. Disputavam a eleiçao para Prefeito da Cidade, o Professor Edvan Secundo Lopes e o saudoso Ramiro Pereira da Silva, este, vindo de várias campanhas para Prefeito da cidade, sem ter logrado êxito em nenhuma. A contagem dos votos era, ainda manual. Nesta época o Juiz da Cidade era o Dr. Eutaquio.
O cartório eleitoral era chefiado por um moço chamado Edson. Um dos escrutinadores era o pároco da cidade, Padre Vicente de Vasconcelos. Campanha acirrada onde a espectativa era a vitoria de Ramiro que contava na chapa como candidato a Vice, o ex-vereador Manoel Quirino. Iniciada a contagem dos votos a tendência das urnas apontava, todas, para a vitoria tão esperada de Ramiro.
Afinal, seria a primeira, após varios anos de militância na politica da cidade. Pois bem, final da tarde Edivam perdia por 66 votos, faltando apurar apenas duas urnas. Diante do adiantado da hora, sugeriu o Juiz suspender a apuração para continuar no dia seguinte.
Reiniciado a contagem das duas urnas, no dia seguinte, diga-se de passagem, um sabado, portanto dia de feira, tamanha foi a surpresa da populaçao ao ser divulgado o resultado final da eleiçao.
Edívan ganhou com 06 votos de maioria. Conto esta história para vocês verem a importância da urna eletronica. Como a contagem dos votos era manual, persiste, até hoje, a dúvida de que a apuração foi fraudada. A urna eletronica não permite este tipo de interpretaçao. Nesta época trabalhava no cartírio de Edson, o "menino" Benes Leocádio. Todo mundo conhece essa historia em Lajes.
Ainda hoje, perguntem a Manoel Quirino, vulgo Mael, se, ja naquela época, ele aprovaria a urna eletrónica. Diga-se de passagem. Jamais se provou que a apuração foi fraudulenta, até porque, a frente da apuração estava um juiz íntegro e na mesa apuradora, dentre os escrutinadores, o pároco Vicente de Paula Vasconcelos cidadão acima de qualquer suspeita. Portanto, a historia entra para o folclore de Lajes.
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