Brasília comemora 61 anos da sua fundação

 

No primeiro ano da construção de Brasília, em 1957, havia 12.283|1| pessoas morando em Planaltina e nos arredores da região, a maioria formada por imigrantes atraídos pelo processo de construção da nova cidade. Estima-se que, na década de 1960, mais de 90% da população brasiliense era composta por migrantes.

Essa população, que veio em busca de trabalho e oportunidades, principalmente no setor público, moldou Brasília, o que resultou em uma mistura de sotaques, caras e cores. Na época, os trabalhadores migrantes eram chamados de “candangos”, termo africano pejorativo que significa “ruim” e fazia alusão aos trabalhadores braçais na fundação da capital.

De acordo com a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), atualmente os imigrantes respondem por 51,9% da população do DF, sendo 26,5% da Região Nordeste e 14,4% da Região Sudeste.

Ainda de acordo com o mesmo órgão, 29,3% da população do DF possui ensino fundamental incompleto e apenas 15,9% possuem grau de escolaridade superior, incluindo graduação, especialização, mestrado e/ou doutorado.

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  • Economia de Brasília

Por ser um território geograficamente limitado, o DF não tem condições de incentivar os setores primário e secundário da economia (agropecuária e indústria, respectivamente).

Até os anos 1990grande parte da economia do DF e, consequentemente, de Brasília girava em torno da construção civil e pequenas produções agrícolas para o mercado interno. Só a partir desse período que os setores de serviços e turismo ganharam força, configurando-se, hoje, como os mais importantes para o Produto Interno Bruto da região.

De acordo com a Codeplan, em 2012, o percentual de empregados no setor de serviços era de 69,11%, em sua maioria no Plano Piloto (47%). Tais números mostram a força dos serviços em Brasília, como bancos, universidades, consultórios médicos, segmento de informação (TV por assinatura, internet, celular), entre outros.

A Codeplan, em parceria com o IBGE, também nos revela que 93% do Produto Interno Bruto do DF é preenchido com o setor de serviços. Esse dado é refletido no PIB per capita da região, que é o mais alto do Brasil.

Considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, Brasília conta com um turismo cultural e econômico muito forte. Muitos turistas visitam a cidade para tratar de negócios, mas também aproveitam os espaços culturais da cidade. Devido ao forte turismo, o Ministério do Turismo classifica Brasília na categoria A, o que revela o grande fluxo de turistas e a grande empregabilidade no setor hoteleiro, movimentando a economia.

  • Cultura de Brasília

Em 1987 Brasília foi considerada Patrimônio Cultural da Humanidade. Falar de cultura em Brasília é falar da própria cidade. Suas linhas arquitetônicas modernas, inspiradas nos desenhos de Oscar Niemeyer, e a urbanização arrojada desenhada por Lúcio Costa fazem de Brasília um prato cheio para quem quer conhecer uma cidade planejada e acolhedora.

Alguns monumentos históricos merecem destaque, como a Praça dos Três Poderes, a Catedral Metropolitana de Brasília, o Museu Vivo da Memória Candanga, o Museu JK, que conta a vida do presidente fundador da cidade, e inúmeros outros.

No início, o DF foi dividido em oito regiões administrativas, cada uma com um administrador-geral, que era nomeado pelo prefeito. Essa forma de governar vigorou até 1969, quando o primeiro governador do DF foi nomeado pelo presidente da República.

primeiro governador foi Hélio Prates da Silveira, permanecendo no mandato por cinco anos, de 1969 a 1974. De lá pra cá, o DF já teve 16 governadores, com destaque para Joaquim Domingos Roriz, que governou a região quatro vezes, sendo uma por nomeação do Presidente da República e três de forma democrática. Além disso, foi o primeiro governante eleito democraticamente, em 1994.

  • Infraestrutura de Brasília

De acordo com a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), empresa pública de direito privado que fornece água e saneamento básico para o DF, Brasília é a região administrativa que mais possui domicílios com acesso ao saneamento básico e acesso ao abastecimento de água. Dos 86.583 domicílios ocupados, 86.338 possuem rede de água e 86.387 possuem rede de esgoto.

Em todo o DF, mais de 98% dos domicílios possuem abastecimento de água por rede geral. Entretanto, esse número cai se analisarmos regiões específicas, como Jardim Botânico, que conta com pouco mais de 89% de rede de água.

Já o esgoto sanitário é tratado em 87% das residências do DF, percentual esse que é maior no Plano Piloto. A coleta de lixo, realizada pelo Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal, atende a 96% das residências, dados esses coletados pela última Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios, realizada em 2011. Todos os habitantes pagam uma taxa de limpeza pública para a manutenção desses serviços.

acesso à saúde é regulamentado pela Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, que conta com 16 hospitais públicos, quase 4 mil leitos, 65 centros de saúde e 44 postos de saúde espalhados pelo DF.

Notas

|1| Dado retirado do documento Distrito Federal em Síntese – Informações socioeconômicas e geográficas 2012. Brasília: Editora Codeplan, 2013, página 39.

 

Por Átila Matias
Professor de Geografia